segunda-feira, 24 de setembro de 2007

André Dia (s,z)?

Quem és tu, poeta?
Teu nome há de ser com "s", ou com "z"?
Será o símbolo de tua ambiguidade secreta?
Maldito que pede à Deus, sua infinita mercê?

Na carne, tens inscritos os pecados...
Como pústulas-marcas irremediáveis,
Tu que respeitas e desdenhas dos textos sagrados...
Praticas bons atos, e outros tantos, condenáveis?

Quem és tu, que abomina o mal...
Mas que é um dos mais imperfeitos que há?
Que condena o criminoso, com furia tal...
Mas que na juventude, quase foi arrastado para lá...

Lá, o lado sombrio...
Que cobre o mundo com tentáculos,
Que corta a pele, com afiado fio...
Que nos brinda, com os mais vis espetáculos?

Quem és tu, que escrevestes estes versos...
E que pedes a compeensão do leitor,
Quem és tu, que abominas os atos perversos...
Mas que no fundo, alimenta um secreto rancor?

Rancor por ter sido jogado em tal cratera...
No meio do bando de lobos,
E não conseguir, ser igualmente fera...
E por ser poeta, ser tido como o maior dos tolos?

André Diaz
(sem blog, por enquanto)

Nenhum comentário: