segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Minha vida...


Não sei se estou pronto para continuar
Mas eu preciso caminhar.

Não sei ainda onde isso vai parar
Mas eu não consigo mais objetivar.

Algo me para no caminho
Lateja em meu peito calejado um espinho.

O tempo esta passando
O mundo esta girando
As pessoas estão indo
Eu estou ficando.Minhas lágrimas embaçam minha visãoMinhas mágoas coroem meu coração.

Eu não mais o que fazer
Por mais que eu tento volto a sofrer.

Eu preciso ser amado
Eu preciso ser querido
Eu não posso mais esquecer
Que por todos sou odiado
E pelas pessoas que mais amei fui esquecido.

Eu sei que preciso continuar
Eu sei que preciso parar de lamentar
Eu sei que este é o momento de partida
Mas o que fazer desta minha vida?

Mas o que fazer
Se a solidão novamente volta a me querer?

E que agora pensar
Se me sinto de novo mergulhar
Nesta larga ferida?


Glauberto
Cavaleiro das sombras
http://www.recantodasletras.com.br/autores/glaubertopoeta
André Dia (s,z)?

Quem és tu, poeta?
Teu nome há de ser com "s", ou com "z"?
Será o símbolo de tua ambiguidade secreta?
Maldito que pede à Deus, sua infinita mercê?

Na carne, tens inscritos os pecados...
Como pústulas-marcas irremediáveis,
Tu que respeitas e desdenhas dos textos sagrados...
Praticas bons atos, e outros tantos, condenáveis?

Quem és tu, que abomina o mal...
Mas que é um dos mais imperfeitos que há?
Que condena o criminoso, com furia tal...
Mas que na juventude, quase foi arrastado para lá...

Lá, o lado sombrio...
Que cobre o mundo com tentáculos,
Que corta a pele, com afiado fio...
Que nos brinda, com os mais vis espetáculos?

Quem és tu, que escrevestes estes versos...
E que pedes a compeensão do leitor,
Quem és tu, que abominas os atos perversos...
Mas que no fundo, alimenta um secreto rancor?

Rancor por ter sido jogado em tal cratera...
No meio do bando de lobos,
E não conseguir, ser igualmente fera...
E por ser poeta, ser tido como o maior dos tolos?

André Diaz
(sem blog, por enquanto)
O santo e o cavalo


Em furiosos cavalos de pau galantes guerreiros
conquistaram as américas e a oceania,
fogos desentranharam do céu dos céus
a espada da lua, pela qual anjos e demônios
reduzem ao pó ônibus e botequins, desde que o Sonho
foi destacado do Caos e a multidão passou a esperar
além do sol, pelas revelações do louco.

As lendas não superam o som da estrada
engasgado nas curvas entre o santo e o cavalo,
sigamos mochilas nas costas, estrelas no relógio,
anjos guardando a tenda nos pontos cardeais
controlam o velocímetro-selvagem da razão fumegante
do Amor e da Fortuna.

O santo e o cavalo deixam lógica a flor,
se o meu passo é encapuzado
os olhos estendem o sexo
louco e eterno pela fêmea,
delirada na vontade como a fome
revela a pimenta na carne.

O sol divide a lógica entre o felino e a serpente,
é crime? desejar a mulher permanente
além do tempo e dentro da atitude,
se o saber é domar a fera que ilude
o presságio, a consciência desperta para o sonho.

A sorte busca o amor, e não é fácil
dormir coberto de estrelas e esquentado
pelos cães, mas a verdade deve nós
a existência, e ainda que a noite
junte o prazer ao motor, espero
na mulher muito além do conveniente.


Lobbo

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/eriko

O jornal da pequena alegria

Saímos, eu e você, na capa
do jornal da pequena alegria.

Acenavas para um ônibus, fotogênica.
Eu, feliz por ter, enfim, encontrado um banheiro.

A vida, como não, é feita
de pequenas alegrias.

José Maurício, na página três,
após receber
o primeiro telefonema do dia,
que o diga.



Cidadão das nuvens
Renato Silva
Estações

Novamente primavera.
Chuvas, ventos, flores.
Mãos moleques, manipulam linhas.
- Pipas
Mãos invisíveis, manipulam sonhos.
- Amores
Perdido no céu entre pipas:
- Um coração.

Maria Izabel
(sem blog, por enquanto)
ASA AZUL

Um poema de amor pode ser lido
por você, ele ela,
com ses... pode ser guardado para si
no de_trás para frente nas horas
pode ser lido milequinhentas vezes
pode estar mofando na prateleira na estante
ou no livro de um adversário
como estar bem guardado na gaveta
do criado-mudo do namorado

Um poema de amor ao ser transcrito
pode ter sido compartilhado por um besouro
que passeou suavemente pelo pescoço
e foi parar no colo com irreverência
Ninguém sabe quantos lábios
movimentarão suas sílabas

Um poema de amor tem um quê da inquietação...
Só onde há amor se há vontade de se estar junto
Um poema de amor não cruza os braços
ouve a outra língua limpa lágrimas
é Rei nas conquistas
desculpa quando necessário
não caindo na desforra abraça bons e maus momentos
Um poema de amor tem o eterno balanço do vento...
é O terere trançado nos cabelos das árvores por todas ...
rabiólas de pipas!

Rosangela_Aliberti
http://www.rosangelaliberti.recantodasletras.com.br
Consumo ou sem sumo eu sumo


Compro uma vida
que sirva de analgésico
entorpecido não sou feliz
quero um sonho epilético

Vendo,
Sonhos a prazo
Há prazo pra sonhar
A meninice abre pra leilão
O que a velhice vem arrebatar,

Alugo,
Um prazer que trago na algibeira
E há quem queira
O niilismo consumista
Antropofágico,
De se auto-consumar,

Doou,
Doa a quem doer,
Doou tudo que não meu,
Pra ficar sem um eu em mim,
Pra ficar assim
Livre da obrigação de ser

Douglas Alves
http://www.abra-tecerebro.blogspot.com

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Fotos do primeiro encontro (25 / 08 / 07)

Cidadão das nuvens e Cidadão da Lapa (André Dias)
Rosangela Aliberti


Elvis (na camisa) e André (no "jóia")


Glauberto e Machado de Assis(sim, ele foi!)




Renato Silva antes de recitar


Keila e Douglas, convidados de honra!






Renato, indignado, diz: "Como pode, os caras vendem até jaca cozida, mas não tem batata frita!!!"






Glauberto declama




























quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O problema é seu

Se não pôde entender o que te disse.
Se não conseguiu senti o sentimento que te ofereci.
Se não se sensibilizou com o poema que te escrevi.
Se não sentiu o calor de minha mão quando enxuguei sua lagrima.
Se mordeu o ombro onde encostou a cabeça.
Se cuspiu no rosto daquele que te quis bem.
Se repudiou o conselho que te dei.
Se negou a ajuda que pedi.

Ofereço-te.

A minha frieza.
A minha indiferença.
A minha apatia.
A minha fúria.

Como aprendi quero que aprendas.

A Sentir a solidão.
A Ver a escuridão.
A Degustar o insosso.
A Tremer de frio.
A Amar o medo.

Mas tudo isso... Com a coragem da loucura.
De uma Roleta Russa eterna.
Do salto no escuro.
Da velocidade vertiginosa.
Do prazer sem Pudor.

É pena mesmo que tenhas feito isso comigo.
Não serei eu o executo do troco.
Quando olhares para traz, se lembrará e dirá.

Quem mais perdeu fui eu...


Nelson Gomes (sem blog, por enquanto)

sábado, 11 de agosto de 2007

Nascida a noite

Dos meus olhos gaviões berram
derrubando parafusos e profecias,
carrego na sombra
a astúcia facínora do lobo
e se jogo a pele num xadrez
desesperançado
é porque conheço a fresta
por onde os subterrâneos
iludem carrascos.

Estendo as asas que me fazem
menos deus
e analfabeto como um mito
queimo o rastro
vestindo o palhaço no rosto
fatigado de desculpas,
pois desmontado do cavalo
descobri que o motor trava
nascida a noite.

Cubro o sexo para que o sol
imante mártires em outras terras
trago na algibeira
a bússola pousada pelo galo
do fim do mundo que esporeia
o destino barganhado pelo jogador,
estou na face do cao
stoda queda dos ídolos
é previsível

o banquete está servido
sobre a mesa a cabeça do mendigo
e a cobra pregada pela papoula,
é chegado o tempo da cólera
- na praia o corvo revela
a identidade da Abandonada,
carrego nas costas o átomo das circunstâncias
pagando as promessas do próximo
pois o clamor da plebe
degola a Verd

Lobbo
www.erikoyvillalba.zip.net

terça-feira, 7 de agosto de 2007

(Sem título)


Hoje acordei com uma vontade imorredoura de me perder na minha abandonada vida passada. Despertei com vontade de pó, de cheiro de mofo, com um sentimento louco, saudosista e anarquista ao mesmo tempo.E esse velho revolucionário que resolveu passar o dia comigo vem colocando umas idéias malucas em minha cabeça, tentando me fazer lembrar que havia um sorriso sonhoso que ornava minha desfigurada face nos dias que não me cabem mais.Havia em algum lugar do meu intimo desconhecido um pouco mais de alegria, alegria que não esta, comportada e opiniosa, havia uma felicidade que não vinha da realização de um grande sonho, que não se preocupava com nada senão com o lúdico momento do agora.Esse senhor que tenta me desdizer em meu caminho, nas roupas que uso, nos livros que leio, nas pessoas com quem negocio afeto, esse Senhor pretensioso e ousado veio entortar o ponto de exclamação que estabeleci como irrefutável no tanger de minhas artérias cheias de certezas. ao tilintar dos pratos, ante a fome infinda de futuro, venho eu me edificar no instante passado, esperando que a reinvenção de um “ontem que não existe mais me faça feliz”.É assim que propõe o Senhor cheguevarista, que eu, Douglas Alves Coimbra um eterno transfigurado de um presente inexistente, me molde a uma necessidade inaugurada por ele, onde a minha reconfiguração é a única saída para meu futuro, eu eterno mutante de espírito me faça um novo homem cheio de amarras com um passado incompleto e imperfeito.Mas como posso eu buscar no passado a completude obliqua para um ser em constante mutação? Como ver saída para algo que é porta de entrada?E esse dilema prosseguirá pelo resto do dia, enquanto o Velho e o menino não decidem quem vai ser o primeiro a jogar os dados do destino!


Douglas Alves (sem blog, por enquanto)

terça-feira, 31 de julho de 2007

Beijos

Os lábios se encostam
Derrepente se envolvem
Em movimentos bruscos.
As línguas se unem
Numa sensação volúpia de desejo.
As mãos enlaçadas na cintura
Puxa um corpo para junto do outro
Edificando o tesão nas molduras percorridas.
Os suores juntam-se em só gota
As mãos navegam em descoberta
Procurando o ponto mais fraco,
Para conquistar.
Com os olhos fechados
A imaginação se junta a um só sonho
Os corpos já não se agüentam mais.
A carne é fraca
A vontade é muita
E o concretismo humano
Já começa a derreter-se no abstrato
A voz trêmula aos ouvidos
Leva-nos ao assédio
E ao infinito da vida.
Numa atitude desesperadora de nos amarmos
Entregamo-nos ao desejo dos beijos...
E vamos além
Do que conhecemos, por amor.

Glauberto poeta
www.recantodasletras.com.br/autores/glaubertopoeta

domingo, 29 de julho de 2007

Cajueira

Nasci cajueira.
Raízes profunda
sem solo arenoso, seco,
de pouca rega.

Cresci cajueira.
Galhos finos, frágeis,
folhas tenras ao vento...

Amadureci cajueira.
Apenas um fruto ao sol.

E assim me fiz árvore.
Frondosa, galhada, folhada.
Onde se abrigam passarinhos, borboletas
e montes de beija-flor

Permaneci cajueira.
E dou sombra,
em terra de pouca rega.....

Maria Izabel (sem blog, por enquanto)
DES-BRADANDO AS DORES

Dois sete sete dois sete
Será um vôo?
Dois sete sete dois sete
Um prólogo de rap?
Dois sete sete dois sete
Será o número do registro
do pivô que irriga cenouras...?

Dois sete sete dois sete
dois bilhetes de loteria?
sete dias para a colheita?
sete pratos para dois tigres
- Solta... algo
es-tu-pi-da-mente gelado,
dois guardanapos dobrados...
para mais de sete bocas
na mesa 2 7 7 2 7
aqui,
na Rua do Beco dos Algarismos.

Rosangela Aliberti
www.rosangelaliberti.recantodasletras.com.br

Ação e reação

O homem mentiroso vem...
e com boa lábia nos envolve,
A face é falsa, parece do bem...
Mas a serpente em suas entranhas, se revolve...

Querendo destilar o seu veneno,
destruir aquilo que o incomoda...
Encaro o mentiroso, de modo sereno,
Pois creio que este mundo seja uma roda...

Por enquanto o mentiroso está acima,
Bem firme e seguro de si...
Cavalgo no tempo, agarro-me à crina,
Veremos, quem por ultimo ri...

Ação e reação, é a lei,
Não sou melhor que ninguem, mas procuro...
fazer o que é certo, pois sei...
Que quando fechar os olhos, haverá o tunel escuro...

Talvez veja ou não, uma luz,
Talvez seja bem recebido, ou não...
Penso nisso, vendo meu Salvador na cruz...
Que sua morte por mim, não tenha sido em vão!

André Dias (sem blog, por enquanto)
Anomalia

A anomalia
de não ter orelhas
me afasta das mulheres

Foi presente
a uma puta
que não sabe Van Gogh

Por um amor verdadeiro
eu cortaria os pulsos.

Renato Silva (Cidadão das nuvens)
www.cidadaodasnuvens.blogspot.com