quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O problema é seu

Se não pôde entender o que te disse.
Se não conseguiu senti o sentimento que te ofereci.
Se não se sensibilizou com o poema que te escrevi.
Se não sentiu o calor de minha mão quando enxuguei sua lagrima.
Se mordeu o ombro onde encostou a cabeça.
Se cuspiu no rosto daquele que te quis bem.
Se repudiou o conselho que te dei.
Se negou a ajuda que pedi.

Ofereço-te.

A minha frieza.
A minha indiferença.
A minha apatia.
A minha fúria.

Como aprendi quero que aprendas.

A Sentir a solidão.
A Ver a escuridão.
A Degustar o insosso.
A Tremer de frio.
A Amar o medo.

Mas tudo isso... Com a coragem da loucura.
De uma Roleta Russa eterna.
Do salto no escuro.
Da velocidade vertiginosa.
Do prazer sem Pudor.

É pena mesmo que tenhas feito isso comigo.
Não serei eu o executo do troco.
Quando olhares para traz, se lembrará e dirá.

Quem mais perdeu fui eu...


Nelson Gomes (sem blog, por enquanto)

sábado, 11 de agosto de 2007

Nascida a noite

Dos meus olhos gaviões berram
derrubando parafusos e profecias,
carrego na sombra
a astúcia facínora do lobo
e se jogo a pele num xadrez
desesperançado
é porque conheço a fresta
por onde os subterrâneos
iludem carrascos.

Estendo as asas que me fazem
menos deus
e analfabeto como um mito
queimo o rastro
vestindo o palhaço no rosto
fatigado de desculpas,
pois desmontado do cavalo
descobri que o motor trava
nascida a noite.

Cubro o sexo para que o sol
imante mártires em outras terras
trago na algibeira
a bússola pousada pelo galo
do fim do mundo que esporeia
o destino barganhado pelo jogador,
estou na face do cao
stoda queda dos ídolos
é previsível

o banquete está servido
sobre a mesa a cabeça do mendigo
e a cobra pregada pela papoula,
é chegado o tempo da cólera
- na praia o corvo revela
a identidade da Abandonada,
carrego nas costas o átomo das circunstâncias
pagando as promessas do próximo
pois o clamor da plebe
degola a Verd

Lobbo
www.erikoyvillalba.zip.net

terça-feira, 7 de agosto de 2007

(Sem título)


Hoje acordei com uma vontade imorredoura de me perder na minha abandonada vida passada. Despertei com vontade de pó, de cheiro de mofo, com um sentimento louco, saudosista e anarquista ao mesmo tempo.E esse velho revolucionário que resolveu passar o dia comigo vem colocando umas idéias malucas em minha cabeça, tentando me fazer lembrar que havia um sorriso sonhoso que ornava minha desfigurada face nos dias que não me cabem mais.Havia em algum lugar do meu intimo desconhecido um pouco mais de alegria, alegria que não esta, comportada e opiniosa, havia uma felicidade que não vinha da realização de um grande sonho, que não se preocupava com nada senão com o lúdico momento do agora.Esse senhor que tenta me desdizer em meu caminho, nas roupas que uso, nos livros que leio, nas pessoas com quem negocio afeto, esse Senhor pretensioso e ousado veio entortar o ponto de exclamação que estabeleci como irrefutável no tanger de minhas artérias cheias de certezas. ao tilintar dos pratos, ante a fome infinda de futuro, venho eu me edificar no instante passado, esperando que a reinvenção de um “ontem que não existe mais me faça feliz”.É assim que propõe o Senhor cheguevarista, que eu, Douglas Alves Coimbra um eterno transfigurado de um presente inexistente, me molde a uma necessidade inaugurada por ele, onde a minha reconfiguração é a única saída para meu futuro, eu eterno mutante de espírito me faça um novo homem cheio de amarras com um passado incompleto e imperfeito.Mas como posso eu buscar no passado a completude obliqua para um ser em constante mutação? Como ver saída para algo que é porta de entrada?E esse dilema prosseguirá pelo resto do dia, enquanto o Velho e o menino não decidem quem vai ser o primeiro a jogar os dados do destino!


Douglas Alves (sem blog, por enquanto)