sábado, 11 de agosto de 2007

Nascida a noite

Dos meus olhos gaviões berram
derrubando parafusos e profecias,
carrego na sombra
a astúcia facínora do lobo
e se jogo a pele num xadrez
desesperançado
é porque conheço a fresta
por onde os subterrâneos
iludem carrascos.

Estendo as asas que me fazem
menos deus
e analfabeto como um mito
queimo o rastro
vestindo o palhaço no rosto
fatigado de desculpas,
pois desmontado do cavalo
descobri que o motor trava
nascida a noite.

Cubro o sexo para que o sol
imante mártires em outras terras
trago na algibeira
a bússola pousada pelo galo
do fim do mundo que esporeia
o destino barganhado pelo jogador,
estou na face do cao
stoda queda dos ídolos
é previsível

o banquete está servido
sobre a mesa a cabeça do mendigo
e a cobra pregada pela papoula,
é chegado o tempo da cólera
- na praia o corvo revela
a identidade da Abandonada,
carrego nas costas o átomo das circunstâncias
pagando as promessas do próximo
pois o clamor da plebe
degola a Verd

Lobbo
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